domingo, 13 de fevereiro de 2011

Cosmopolitan (Parte II)



Quantas palavras poderiam sair de sua boca? Em alto e bom som, com clareza determinada, de modo a conquistar os braços dos ouvintes, expectadores, e afins, ela sempre proclamava sua liberdade. Morena, pele alva, assassina por natureza. Rompia com deus da mesma maneira que romperia consigo, e de variáveis formas possíveis torturaria seu próprio espirito. Costumava dizer que pesava tanto, o quanto carregasse consigo, que outrora era de cerca de 90g. Dos cabelos finos, à pele macia, ao desejo de todos os marmanjos entrelaçarem-se em usas coxas rabiscadas. Altiva, durona, classe não lhe faltaria quando queria, coração de modo algum lhe perdoaria, angina, esse era seu mal. Os ciclos menstruais, tão banais quanto as notas de reais que brotavam em sua bolsa, à sua maneira, durante vários anos foi feliz. Torturou, matou, e reviveu velhos amores com grandes planos, até dominar seus infelizes enganos. Usava echarpes, cabelos bem cortados, mexas tão douradas e apetitosas como os últimos raios do dia, sapatos bailarina quase sempre vermelhos, e um pouco das anedotas de todos os pobres que já à procuraram.

Sentava-se nos últimos dias, sempre na mesma fileira do balcão, no mesmo sujo e redondo banco. Salvava-se de si mesma naquele espaço. Uma cerveja, sempre começava com qualquer uma que fosse forte, e clara, apesar de sua pompa, sua elegância, e seu soar requintado, gostava do simples, e o simples sempre fora o seu pecado, de modo que se um bem fizeram à ela, fora provar sua beleza e cuspir em seu status. Metódica em protocolos de banheiras etílicas, começava a degustar sua cerveja e logo após enviava sinais gráficos ao seu aparelho visual, rogava como uma virgem pelo seu primeiro cigarro e de modo algum, expunha aos que se interessavam seus pecados. Bandoleira, pistoleira, armada até os dentes de nossas preces mais angustiadas.

O garçom a servia com afinco, os olhos negros saltavam como duas jóias aos seus sapatos. Não que ele se interessasse pelo seu corpo, pelas suas curvas perigosas, ou pelos seus passo-a-passos, não que ele em seu presente quisesse constituir família, ou cometer velhos erros do passado. Estava alí, sem fingir comprimentos, sem soar extravagante, apenas para deleitar-se dos novos planos, do futuro incerto, da dor que este provocaria em outrem. Sadismo, apenas isso e nada mais e para ele, o balbuciar vermelho dos lábios dela eram sempre os mais aliviadores. Gozo.

Os pormenores de sua epopéia eram de fato interessantes, mas não à ponto de tortura, não ao ponto vermelho de um bife. Eram apenas historias de crianças brincando com suas maldades afiliadas, traziam um teor cômico, baixos, alto, de modo que não era de onde vinha, pelas entranhas de sua querida mamãe que importava. Não isso era apenas um preço à pagar pela companhia agradável. A tortura estaria em seu presente do passado, e talvez com sorte, em seu futuro imperfeito. Há pouco, deixara um senhor na merda sem saber. Sujeito insano, ele pelo que ela diria e isso pressuponho eu, iria do inferno ate onde necessário para ouvir palavras dela, mesmo que fossem para sodomiza lo. Era capaz de caminhar quilômetros apenas para ver os lábios sussurrarem algo que o fizesse transpor o limite do acatável. Aqui, ele jamais entraria com ela em posse, e tão destrutivo ela fora, que nem mesmo ela saberia se teria sido. Gosta disso, ele gosta disso, o garçom mais ainda.

Dizia tal moça que esteve cerca de dois anos dividindo sua vida com o traste, de modo que nem mesmo traste seria um bom adjetivo, às avessas de compromissos, às avessas de seus gostos, discutiam, se amavam, aterrorizavam a vizinhança, e por fim, tinham uma vida convencional. O que era em suma, um inicio promissor, desenvolveu nela um medo pelo futuro certo e quadrado, de modo que ao que consta nos anais de sua vida, terminaram por incompatibilidade de ideais futuros, o que em mínimas letras diria seu narrador, ela já o queria chutar. De modo que isso é o que menos importa, aqui ela estava refeita, cansada, mas não solitária, aqui ela buscava apenas uma cerveja, e nós vermes, buscávamos mais. Mais de seu corpo, mais de suas palavras, mais de sua felicidade, mais de suas poucas e boas torturas. A visão pode parecer-se turva, e nada clara, mas a narrativa era encantadora. Dirigia-se com um reflexo alpino ao garçom.

- Carlos! Mais uma cerveja honey! - Olhos fechados, boca entreaberta, e frio calculo de opções.

- Claro madame, pra senhorita, quantas forem necessárias. - Pega a cerveja, caminha ao encontro do Diabo, e confere a marreta em seus chifres. - Sabe! Estive pensando. Você do alto da juventude, dividiu dois apartamentos, com dois caras completamente diferentes, e como me disse à pouco, ainda assim seus terminos foram extremamente semelhantes. Realmente se cansa da próprio vida tão rápido assim?

Ela ria, compulsivamente ria. Escondia as mãos, domesticava sua lingua e proferia.

- Rá! Hilário você honey! Sempre com perguntas inoportunas. Alias, por que tamanho interesse nas minhas cagadas?

Educadamente Carlos, o garçom destemia-se. - Ora madame, ossos do vício. Saber é algo que me cria sempre boas histórias futuras, e assim eu sempre procuro ter gozo no trabalho.

6 comentários:

Unknown disse...

1 mes q eu n vinha aki e vc ainda ta falando da elisa?

Érica disse...

stalker detected.

Marcus Müller disse...

Filhão, na real se não gostou não leia. Biografico ou não biografico não importa e dúvido muito que você consiga destinguir. Se acompanha tanto assim a vida do relez escritor, acredito que teria a descência de não postar de forma anônima, e vou além, configuraria um comentário sobre o texto, não sobre uma vida pessoal que nunca foi e não é sua. Enfim continue lendo, aprenda a escrever e post algo com seu nome referente ao texto. Esses são apenas histórias, contos e merdas afins. Abraços e corrija teu português.

Grato.

Unknown disse...

da minha conta ou nao é patético q vc ainda esteja falando dela. e é óbvio pra qm conhece ela, q é ela:

"ela sempre proclamava sua liberdade", "Morena, pele alva, assassina por natureza", "cabelos finos, à pele macia, ao desejo de todos os marmanjos entrelaçarem-se em usas coxas rabiscadas", "Altiva, durona, classe não lhe faltaria quando queria", "Usava echarpes, cabelos bem cortados, mexas tão douradas e apetitosas como os últimos raios do dia, sapatos bailarina quase sempre vermelhos", "cerveja, sempre começava com qualquer uma que fosse forte, e clara, apesar de sua pompa, sua elegância", " os olhos negros saltavam como duas jóias aos seus sapatos", "esteve cerca de dois anos dividindo sua vida com o traste", "desenvolveu nela um medo pelo futuro certo e quadrado", " dividiu dois apartamentos, com dois caras completamente diferentes, e como me disse à pouco, ainda assim seus terminos foram extremamente semelhantes"

e claro:
" o balbuciar vermelho dos lábios dela "!!!

q caia um raio na minha cabeça se não for ela q vc descreve.

já q vc veio falar de decência. tenha vc no minimo pra admitir. haeuhauehauehaueh

sim, antes q eu me esqueça:
decência não tem 's' e reles é com 's' e não 'z'.
corrija vc tb seu portugues, gente boa!

Marcus Müller disse...

Talvez raios caiam e recaiam sobre sua cabeça mesmo, criação literária, sempre é literária, se existe uma musa para ilustrar ou guiar a criação, sempre estará como criação, mas da maneira que persegue minha vida, é bem capaz de ver la na rua. A vontade de ser quem não é talvez seja algo à você refletir. É como sempre digo quando perguntado, se o blog fosse autobiografico eu já teria vivido muito mais do que vivi de fato.

De maneira a não lhe dever satisfações digo, continue acompanhando os fatos, qualquer revista de fofocas ficaria feliz com um leitor como você. haha Contudo, se quiser tomar uma cerveja e discutir o "Carácter psicológico" dos personagens, é só me bipar, mas dúvido que você tenha capacidade para tal. Enfim, reflita sobre o anônimato, não cai bem à ninguém, saia do armário querido.

Grande abraço, e é a última vez que debato contigo por aqui. Estou disponivel para questionamentos sempre, mas pra pessoas, não frutos de imaginação anônimos. Canalize sua força criativa. Faça algo por si ou pelo mundo, desenvolva-se e preocupe menos com a vida alheia querido. Além de bobo e estúpido não cai bem.

Marcus Müller

Dai.. disse...

Ansiosa pela terceira parte....Não que tenha alguma pretensão pelos próximos capítulos da "novela da vida real"...rs...
Mas confesso que esse clima me diverte...
*Poste logo!!
e claro...curiosa pra saber o desfecho da série.... (: