terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Monólogos ao pé do ouvido #5

Os vagabundos cantam nas esquinas, tão soberbos quanto os soberanos "Ming's". Ninguém consegue cantar sozinho uma velha canção de tantos acordes. Mesmo que os sons do saxofone toquem enquanto, eu seu coveiro culpado ressoe com qualquer palavra de Simone de Beauvoir. Os bons ou ruins morreram e a deixaram de herança uma urna com poucas frases, junto à uma passagem de ida para Itália. Não se pode lembrar quantas imagens contariam a simples virada no tempo.

Onde os francos não tem vez o doutor dá risada. Trôpego como um anfitrião na estrada, tintilando seus centavos aos que querem centeio. Até você ontem a noite me contou uma anedota. Cantarolavam seu nome sob um ritmo de discórdia. Quem não comungar deste signo jamais entenderia poesia. Consistindo em ramos e ordens, regras e mercadorias, todos pareceríamos tolos quando a madame tocar a sua sinfonia. Oh Doce Senhora. Tempo idiota, muda toda vez que você sorri.

Uma senhora de vermelho, uma loira em um cabaré. Trezentos nazistas escrevendo um livro sobre uma águia cansada. Talvez te contem sobre o que explanar, talvez te usem e digam que a justiça divina dividirá os grãos contigo, mas o tempo idiota continua lá. Solitário como um casal à beira da morte, astuto como um sanguinário soviético. Entre linhas e mais linhas, os brandos e banhos seguirão as termas a continuar ousando até as três. O maquinista perdeu seu freio, enquanto mamãe trabalha a falta de pão, o garoto ainda segue como um guri, enquanto a testeira testa sua visão. Turva como sempre, um rio se faz de mais que gotas d'água. Bom senso jamais seria devido, entre tragos de cigarro e pseudo modernismo resistiria traumático. Estamos a beira de uma mudança, em um universo onde pouco se sabe e muito se discute. Cheio de frangos dados à cavalos e pontos apregoados com mau cuidado. Tempo idiota, muda toda vez que você sorri.