sábado, 25 de junho de 2011

Spinning Wheel




Ele ia andando pela rua meio apressado, sabia que estaria sendo vigiado. Chutou latas e procrastinou seus desejos como um tiro no escuro. Culto o inculto de todas as formas de relações humanas. O homem que abrasivo, comia de pé e ajoelhava para o sexo. Can't Buy your love, ele diria em tons e dissonantes formicas. Absolutamente desgastado, caindo pelos eixos de seus nobres pares de botas, esperava a única esquina que se virasse contra si o arremedo de amor, o arremedo de dor, e as poucas canções que jamais saberiam descrever. Aguardava como uma sentinela o tiro, o gás, e o combustível para queimar seus velhos ossos em um destino episcopal. Talvez apenas estivesse sentado em uma cerca.

Sangue, doce e lagrimas tocavam uma nova canção, o ano de 72 devia ter sido agradável, lembrou de recordar. Toda a lixeira suja com excrementos sociais, e toda a grana que guardasse em seus bolsos certamente não lhe livrariam de seguir em frente, ou dar vários passos para trás, dizendo "Eu lhe amo babe, muito mais do que você imagina!" como um hit de verão passado, de modo que negligenciava seus poucos caminhos, abduzia almas e alimentava-se de pequenas garotas. Não fazia ideia de porque era perseguido, mas podia listar uma ou duas razões coerentes, uma ou outra Dolores abandonada. Suas calças apertadas, seu ar punk arrogante, e sua classe pouco abastada fariam de si mesmas a própria palavra. A própria espingarda de cano duplo.

O ar seco, do mesmo calibre das baixas expectativas. Os demônios tocando nas outras esquinas, e o gosto destemido de qualquer chiclete barato inundavam seus sentidos. O café amargo seria uma ultima salvação, um refugio do temor de nunca saber o que o acertaria, como uma trilha simples de respiro. Modo estupido de ver as coisas, camadas altas de indiscutíveis gostos pelo errado. Aqui jaz Zaratrusta, aqui jáz o homem criado pelo Jazz. Sincopado, textual. Jamais abraçaria um número impar, tanto quanto jamais criaria gêmeos siameses, a estes jogaria em um tanque cheio de Napalm, e ordenaria, "Queimem filhos da puta, queimem.". Esse seria o incio das joias da coroa. Um último trago, um pouco mais de desembaraço, on the rocks.

A cada pessoa que cruzava, imaginava-se morrendo, das maneiras mais inoportunas possíveis, de modo que de má educação seria talvez a pior delas. Os pequenos infantos eram os que escapavam de tão sonho maldito, a estes se sentia calmo, absolutamente tranquilo, mesmo que de fato uma legião de crianças poderiam arrancar sua pele e doar à industriais de abajour. Dos mendigos ou viciados em qualquer coisa, imaginava uma dura pena de troca de seus olhos por comida, ou mais drogas, as donas de casa, cairiam sobre si com facas de extirpar carnes, e cortariam seus rins apenas por diversão e exemplo, de modo que os pais do mundo estariam seguros sem o Satã na terra. De qualquer forma não imaginava-se em uma morte confortável, e não teria certamente.

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