sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Tempos Modernos ...


Caros leitores, senhores de pouca fé, e insignificante relevância. Tomei nota a poucas horas atrás que as relações modernas são cansativas e enfadonhas. Explico, com o andar da carruagem, a relação magica da tecnologia, a luz estapafurdia do dinamismo social e os sentimentos emocionais cada vez mais narcisistas, nós estamos prestes a explodir em uma confunssão amorosa inimaginável. A cada momento a moda institui novas tendências, e conjunto a ela, a sociedade parece simplesmente aderir ao método mais fácil de controle de seu bem estar, agora que bem estar é esse eu não sei. Todas essas tendências resumem ao meu ver como um pequeno dicionário de termos jargões e clichês que apontando pra um único pensamento, somos todos mais preocupados com nossas próprias inquietações e angustias, que estamos incapazes de enxergar um palmo à nossa frente, e quando se trata de relacionamentos a coisa toda ainda piora, exaurimos em um aglomerado de infames desejos individuais que quando vemos estamos sendo, não um casal, mas um individuo, e quando isso acontece acreditem, é melhor correr, porque os tiros são interminavéis. É como uma metáfora à Alice no país das Maravilhas, estamos tão boquiabertos com nossas novas tendências que deixamos de alcançar o bem comum, seja ele com uma relação amorosa, ou humana. Estamos mais preocupados em "voltar pra casa" e parar de crescer que vemos em nós mesmos uma grande "rainha" com um exercito de copas a nos perturbar. Essa nova e estranha relação que o homem moderno parece inevitavelmente ter aderido, essa forma de narciso enxergar seu espelho, creio que tenha transformado em um "Às" na manga para o ser moderno, chegando ao cumulo de em uma conversa em que a pessoa não para de se exaltar, e você esta completamente apoplético com o excesso de informação pessoal jogada a revelia, e essa pessoa do nada solta a máxima: "...mas já falamos tanto de mim, vamos falar agora um pouco de você!" dai você logo imagina, nossa que otimo o bombardeio mental cessou, mas eis então que ela completa: "Então me diz, o que você acha de mim?", com essa acaba qualquer chance de um encontro mais intimo. Esse narcisismo nojento e claro, é apenas mais uma de tantas e tantas formas de se dizer, "Ei olha pra mim, sou tão amável...", o que parece hoje ser uma grande constante. Mas o que é pior é quando você se engana, achando ter encontrado a parcela de culpa amorosa da sua vida, e com o passar dos dias o exagero de vontades, tanto sua, quanto dela, acabam por desgastar e remendar a relação, isso quando a pessoa em questão não sugere que você está querendo obviamente competir com ela, o que geralmente é quase uma blasfémia, é aterrador.


Imaginem vocês a contradição dos tempos modernos, por um lado você esta a ponto de explodir o mundo por teus desejos, e por outro você sente cada dia que passa que necessita de uma companhia amorosa, e no fundo sabe que precisa doar pra isso, mas a contrapartida, é que você sempre vai tratar essa relação como um "brinquedo novo", você sempre vai ser mais capaz de sentir ciumes, do que dar o direito do seu amante de sentir o mesmo, e quando ele sente, você normalmente acha otimo, porque pra você aquilo demonstra o quanto ele necessita de você, dai te pergunto, você também não é Narcisista?


É caríssimos, melhor mesmo pegar a estrada, assumir sua individualidade, e parar de lutar contra sua própria natureza, relações amorosas ao meu entender, não são bem o seu forte, entre para o grupo dos que sabem que tem alguém por ai na medida certa pra você, mas cansou de procurar. Acenda seu cigarro, tome seu conhaque, vá até o pub mais próximo e reclame do governo, ou da vida artística de sua cidade, e por fim termine a noite se achando "descolado", ou querendo eternamente mudar de país, infelizmente isso tudo parece ser tanto pra você, quanto pra mim, terapia as vezes faz bem.

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