quarta-feira, 6 de abril de 2011

Exilio destes quadris!

O sax barítono toca alto, aquela guitarra dita todo o comportamento desses corpos quentes, negros, brancos e pardos que misturam-se nesse gospel as avessas, nesse gosto pela perdição. "Acenda mais um baseado, dance comigo a última canção até que toda essa merda saia das tuas botas!". A maldição do samba, do jazz, do cabaré em fogo esperando esses corpos afundarem mais e mais na meia noite da perdição! O mesmo gato negro que cruzou teu caminho, cruzou o meu, cantarolou alguns sonetos movendo seus lábios com gozo e perversão. O blues, o bonde chegou, embriagou, e convocou novos solidários.

Não me chamo diabo, nem mesmo andarilho cigano. Moribundo talvez, de fato os olhos seguem os teus e os teus fixam sob os meus. Minha voz dissonante, meus quadris tortos como em qualquer sex appeal, de dentes tortos que lhe abduzem a triste quando alta noite se guia, os carburadores sonegam o fôlego para mais uma dose, mais um corte, e muito mais do que cigarros escritos em todo esse chão de estrelas! Terra, tambores e a guia nas mãos. Aqui eles são todos como nós, cheios de pecados, santos, e trôpegos. Pintados como monstros, cansados e embriagados.

No rebolar dos meus quadris remontam-se os destinos, as motocicletas e os dados em chamas. Qualquer dose de uísque seria nosso tratamento homeopático. Nunca se preocupe, honey, eu tenho 6, 7 e um 9, prontos para usar. No meu caminho, poucos se guiam, muitos se contestam e você continua lendo, relendo, e relembrando o gosto daquele último beijo. Limpando a bosta das botas, sorrindo com flores mortes, sem se preocupar de ser quem está aquele velho timbre.

Já disse que tens sapatos tristes, maníacos depressivos comendo aos teus pés. Cabras, bodes e todos as famílias nobres condescendente com tua procrastinação diária. Aqui ainda estamos com o mesmo timbre, anos 50, bom e velho ronco de motor, ligado em um café irlandês com um rigoroso inverno, Virginia, Alabama, Nashville são logo alí.

Eu sou aquele que sufoca você, enforca a si mesmo, doa pedaços de carne para conceber e atraí cada vez mais parceiros de crime. Eu sou aquele que tem todas as diretrizes opiniões e sangue nas mãos para dizer o que é o gosto pelo imperfeito. Aquele que assim como os riscos de fumaça no céu te chama para uma volta de ida pelas tortuosas espinhas nos teus sapatos.

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