segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Reflexões sobre Jane!


Lá vai de novo com a pistola nas mãos, garimpando seus níqueis no bolso, sondando o velho diabo para rir de si mesmo. Mamãe já te disse que como sétimo filho teria de partir como paria, lançar-se confortavelmente ao sol e caminhar de botas simples no asfalto, é meu caro seu único destino é a auto estrada do coração, onde outrora eu podia ver os rastros que tu deixou. Dedo no gatilho, suzy marie falando bom inglês, e o tipo de verá é o mesmo tipo que esconde nos bolsos. Já te vi vagando pelas ribaltas, tocando cones e abduzido por outros espíritos, de modo que nada poderia fazer para limpar o quarto e abrir mais espaço para uma criatura entrar.

As reflexões sobre Jane, as divagações sobre "smoke the dope" não são tão sinceras, cuidado garoto, os poucos trocados pagam teu salvo conduto. O cheiro da chuva escorrendo no ralo e as reflexões sobre esses e aqueles não te cabem mais. Escute garoto, é necessário não confiar em idosos, de fato idosos corrompem, e exatamente assim te livro do pecado. Enquanto ela degola você atraí, e enquanto eu desfaço o nó você se faz. É meu caro, o diabo nem sempre cobra barato, e o cabaré nem sempre é iluminado. Enquanto ela de luto, em seu indefectível vestido negro de ombros caídos seduz o paraíso, tu não estarás abaixo purgando teus velhos entes queridos. Abaixo do sol, sobre tuas sementes!

Teu russo é melhor que seu francês, teu Galês melhor que o teu hebraico e se Deus não te salva, eu abro os caminhos pra tua alma, sabe se lá quando riria a procurar. Assim como ela você poderá ser Spartacus e gritar ao matar leões. Gladiadura é simples, e as feridas se limpam com a chuva, ou se secam no sol. E assim gaste teu tempo e solte teu rugido.

Enquanto as luzes não se apagarem você ainda assim cadencia teu samba, e ainda assim conta teus níqueis com primazia, de modo a compreender e complementar vossas escalas. Nada de barquinhos a velejar ou diabas a cantar, teu sex dry jamais teria rock and roll sem notar o ar de leveza que as olheiras compreendem. A velha grande maça podre não solta teus dentes, tão pouco cospem em teus pés. Abaixo do sol, sobre tuas sementes!



Um comentário:

nai ara disse...

marcus... vi um comment seu no meu blog e só agora tive tempo e espaço para responder e te visitar... cigarros e bob dylan realmente são o avesso d qualquer aparente serenidade... obrigada pela visita...

bem, o que dizer do seu texto? forte, vibrante... o coração palpita com a atmosfera...

gostei bastante, parabéns e desculpa a demora!
abraços!