segunda-feira, 16 de junho de 2008

Na rua do Motel de um lado só!


Estava de cinza com listras negras. Sorria e dançava, qualquer forma de fala seria novamente inevitável, de modo que permanecer à distância parecia ser o mais seguro. Velho Cowboy, novo copo de uísque, durante algum tempo permanecia atônico, pasmo e embasbacado, sim, eu percebia, que um velho rabugento nem sempre é tão simpático. Claro, a educação foi mutua, contudo certamente meu mod rocker já não era o mesmo, todo o excesso de preocupação, a cobertura de demências, e o espaço posteriormente imposto, foi de fato, algo a preencher a noite. Dançava, cantava e sorria engraçado perceber isso, de maneira a compreender sim a natureza de Deus, e a forma romântica como ele cantaria um bolero ao desenhá-la, olhos negros, cabelos negros. Unhas que por meu ver não compreenderiam a mim. Sim, isso parece rememorar o fato. Minha cerveja escorrendo pela garganta, e o meu desejo de sentir ao menos mais uma vez, em vão. Tudo é sobre sexo, já diria Lennon, e não é um dos meus poetas favoritos. Meus dentes sobre o ventre desnudo também não seria uma má idéia, claro que não. Tudo é uma questão de prática.

Obviamente a sensação não era desagradável, por alguns dias o uísque foi diamantado, e por alguns instantes imaginei que fosse por mim, quanto mais sujo, e mais feio, mais ela gostaria de mim. Somente assim? Meu ego diz que sim. Essa é uma daquelas mulheres duras meu caro, uma daquelas que faz com que você converse com seu ego infinitamente, ao menos se não a vejo como carne, é assim. Faz meu polvo voar, minha fala não rolar, meus dedos computarem. Enfim. Creio que devo mais à essa mulher, do que ela à mim, de modo que ela me gira tão firme quanto poderia, desde seu vestido, ate seu tornozelo, tudo compõe a livre canção do "Sinta-se bem no verão". Nicotina, cocaína, valium, álcool e outras coisinhas, jamais dariam o gosto de roubar um beijo. Levar um tapa talvez, divertido talvez. Moralmente servira de muito, praticamente de mais ainda, as botas, o cabelo crescendo, e a barba refeita pode apostar, serão novamente absolutas apos. O moicano retrô nem teve graça, a as piadas sempre mal contadas. Stoner, permanece sempre bêbado. Clarividências da vida.

Restaram poucos cigarros, esquentando a boca pra você. Faltaram muitas garrafas pra um velho punk, gordo, inchado de ácido. Todos querem diversão com sua garota, todos querem ouvir que nessa noite será passageiro, quer ácido, vá comprar meu caro. Pedras no caminho, fodem com você, polvos que saem dos braços podem agarrar você e só você sabe o porquê. Grande ideal, o que fazer em caso de incêndio é deixar queimar, já deixei o suficientemente pra entender que eu jamais seria tão abstrato assim. Pin ups, cerveja, cigarros. Dores fortes no estribo do cavalo chucro, sim o cinza do meu lápis e o negro dos teus olhos. Sinta-se a vontade de rechaçar, cachaça nunca foi demais.