quarta-feira, 27 de abril de 2011

Speak Low. #1

Seu dedo apontava feito um gatilho de felicidade quente. O cano curto fumegante, bruto e ímpar. Aos ventos do oeste que balançam teu chapéu, às frustrações que comandam teus olhos verdes em manto hermético. Nada deverás seria de fato aproveitado por aquele corpo sujo, apela à mente limpa e ao trapo envolto em tuas graças. "Para a forca, com toda a presa dos milímetros de suas arestas!". Pronunciava o inoportuno, de modo que a fumaça que dizia amar-te varia toda a gratificação de um beijo seu. Roubado que fosse, e digno de um tapa, esbofeteado como as tentativas de empregar a seus sapatos o amor à traseiros.

O cigarro que apanhava os dentes de marfim daquele infeliz, abduziam os corações das mais jovens, velhas e dementes moças. Atribuía ao gozo popularescos, palavras inexistentes, textos descompactados e nenhuma métrica. Nenhum prazer em absoluto se não o próprio. Nem mesmo o ganho alheio aos pêlos retirados de seu gato outorgavam a voz rouca de seus motores. Bastavam esclarecimentos póstumos à lapide, ao fake, ao endosso e mal emprego de grafismos.

Sujeito de emprego estável, vida mansa, e prólogos longos. Não espera por você, não corresponde você e não te faz apenas a única, de modo que também não traria consigo a alcunha de conquistador de terras distantes, de gerações mortas ou postos de coleta. Cada dia menos astuto, menos drásticos, e pouco enfático.

sábado, 23 de abril de 2011

You now is under my fist. Wait.

O vento fugaz, continuo. Até os prósperos padecem de sentir. Brilhos e imagens tão rápidas quanto qualquer ponto eletrônico. Onde está o caminho fácil, a prática torpe, e quando que perderá o prumo? Onde a vulgaridade mora, não reside o fraco, e onde estamos fracos?

Aos poucos agradeço as injustiças que se recaem sobre mim, e a forma como todos os poemas furtam meu sono. Aos respingos dos persistentes eu dou meu aplauso. Sem quimeras, sem um falso sorriso acadêmico, sem que uma moral desenvolva eu dou o meu alô, estranho, longínquos e agudo. Aqui onde não reside mais o ópio, a flâmula de um amor extenso o grito de um corpo em êxtase, ainda promove um campo de segurança, de fontes franciscanas, de orgulho sujo. Mesmo que distante ainda estou aqui, perto e preventivo.

Todo o meu som e energia está hoje condensado, triste, puto e animal. Aguarde aos sons do próximo hit, aos gritos do próximo infeliz que cruza limites. Filhos da anarquia, estou puro instinto, puro sangue na boca. Um diabo sujo encostado e acometido por vingança, e nada será mais pleno que isso! Não estou a ser o orgulhoso ou encaminhar a ira contra um absurdo simplificado. Não quero não ser absurdo ao pior estilo redneck que poderei ser! Não sou um bom moço, e definitivamente não serei bom pra você!

Ao canalha darei as solas de minhas botas. Lhe direi uma vez, e não mais que uma, afaste-se dela, afaste-se dos crimes que pretendeu. Se esconda, mas não pense que algum banheiro sujo vai ser suficiente para estar a salvo de seu pecado, tão pouco de minhas mãos. Seu tempo chegou querido!

terça-feira, 19 de abril de 2011

Don't Talk! Walk!


Eu tenho alguns segredos confinados dentro de algumas jaulas. O que eu posso dizer, não sou confiavél, nenhum marginal como eu poderia ser. Tão pouco, pobre de você honey! Eu acabo olhando a devoção do seu corpo ao meu, as reflecções na tua face, e todas as outras noticias velhas que se lê por ai como algo usual. Bem, frígido, de pensamentos tortos, torpes e confusos. Qualquer coisa que você faça não será o bastante para gente como eu. Eu, meu cano duplo e você babe! Culpa desta nação maldita, desse excesso de desapego plantado entre ciclos. Não importa o que direi, só se guie no fato que direi!

A voz nada sedutora que acumulava-se em torno de meus ouvidos, proclamando o ínicio de todo um final de caos, erguia se como um estandarte máscarado. Responsável por nada menos que furos, cortes e tiros. Sábia voz, entendia mesmo o que me aguardava, de modo que todo o controle mental chinês que poderia ter era completamente desfeito como um laboratório de Metanfetamina. Já mediram o peso da alma, e tudo é sempre muito inconclusivo, mas sabe-se o peso da própria. Estavamos prontos para o circo agora. Nem santificados, e tão pouco beatificados. Sem escolaridade, sem manejo, traquejo e com uma boa parcela de sangue frio. O suficiente diria.


For God Sake! Ela gritou, todos em volta pasmos, abrassivos com o rompimento do silêncio. cafés em seus copos extremecidos como o choro de um recém nascido em meio ao mar de lama pútrido! "For god SAKE!!!!", era enfático, cruel, destemido, e certa maneira medonhamente tesudo! Aos antidepressivos estava mais calado que o infernal ponto de encontro, aos sempre mesmos velhos bandidos, sorrisos maliciósos e carnivoros, e a mim mesmo um olhar que defloraria aquela persona como um cliente do Walt Mart deflora mercadorias não pagas. Nua, suja, e crua. Carne branca, negra ou parda. Não importariam os meios ou métodos, importam as curvas perigosas que traram o deleite.

Oriente-se rapaz, a nova presa foi gravada no seu pescoço! Perfume, jeito cigano, cigarro em posse de outro demônio. Por vezes seu dedo está apontado para outro lado, as vezes ela lhe confunde com um homem melhor! Barbitúritos, novos pós, outros riffs, aguardando um oriente proximo de você. Está noite todos nós teremos um longo caminho para a ruína!

Risadas altas, e um alto teor de más companhias.


Os cigarros entre os dentes e cabelos amarrados como samurai. Duas caras, feio, feito o diabo, cansativo feito teria de ser. Caminhante noturno onde caberiam milhões, vinhas de ira, vingança e gritos pelos absurdos. As vezes é melhor só escrever do que sobreviver.

Um bipe, uma noite nublada, cigarros aos cigarros, e o copos quase sempre vazios. Ela não te busca, ele finge que te ignora, e a dinâmica da vida prossegue, cheia de falhas furos e pauladas nas vossas cabeças de bunda. Não existem avatares, buscas pela grámatica perfeita, não aqui, não alí.

- Somos todos vira latas, filhos de mulheres jovens, pais astutos e soldados em exercício durante longos dias chuvosos.

terça-feira, 12 de abril de 2011

Sejamos Gays. Juntos.

abril 12, 2011

Adriele Camacho de Almeida, 16 anos, foi encontrada morta na pequena cidade de Tarumã, Goiás, no último dia 6. O fazendeiro Cláudio Roberto de Assis, 36 anos, e seus dois filhos, um de 17 e outro de 13 anos, estão detidos e são acusados do assassinato. Segundo o delegado, o crime é de homofobia. Adriele era namorada da filha do fazendeiro que nunca admitiu o relacionamento das duas. E ainda que essa suspeita não se prove verdade, é preciso dizer algo.

Eu conhecia Adriele Camacho de Almeida. E você conhecia também. Porque Adriele somos nós. Assim, com sua morte, morremos um pouco. A menina que aos 16 anos foi, segundo testemunhas, ameaçada de morte e assassinada por namorar uma outra menina, é aquela carta de amor que você teve vergonha de entregar, é o sorriso discreto que veio depois daquele olhar cruzado, é o telefonema que não queríamos desligar. É cada vez mais difícil acreditar, mas tudo indica que Adriele foi vítima de um crime de ódio porque, vulnerável como todos nós, estava amando.

Sem conseguir entender mais nada depois de uma semana de “Bolsonaros”, me perguntei o que era possível ser feito. O que, se Adriele e tantos outros já morreram? Sim, porque estamos falando de um país que acaba de registrar um aumento de mais de 30% em assassinatos de homossexuais, entre gays, lésbicas e travestis.

E me ocorreu que, nessa ideia de que também morremos um pouco quando os nossos se vão, todos, eu, você, pais, filhos e amigos podemos e devemos ser gays. Porque a afirmação de ser gay já deixou de ser uma questão de orientação sexual.

Ser gay é uma questão de posicionamento e atitude diante desse mundo tão miseravelmente cheio de raiva.

Ser gay é ter o seu direito negado. É ser interrompido. Quantos de nós não nos reconhecemos assim?

Quero então compartilhar essa ideia com todos.

Sejamos gays.

Independente de idade, sexo, cor, religião e, sobretudo, independente de orientação sexual, é hora de passar a seguinte mensagem pra fora da janela: #EUSOUGAY

Para que sejamos vistos e ouvidos é simples:

1) Basta que cada um de vocês, sozinhos ou acompanhados da família, namorado, namorada, marido, mulher, amigo, amiga, presidente, presidenta, tirem uma foto com um cartaz, folha, post-it, o que for mais conveniente, com a seguinte mensagem estampada: #EUSOUGAY

2) Enviar essa foto para o mail projetoeusougay@gmail.com

3) E só :-)

Todas essas imagens serão usadas em uma vídeo-montagem será divulgada pelo You Tube e, se tudo der certo, por festivais, fóruns, palestras, mesas-redondas e no monitor de várias pessoas que tomam a todos nós que amamos por seres invisíveis.

A edição desse vídeo será feita pelo Daniel Ribeiro, diretor de curtas que, além de lindos de morrer, são super premiados: Café com Leite e Eu Não Quero Voltar Sozinho.

Quanto à minha pessoa, me chamo Carol Almeida, sou jornalista e espero por um mundo melhor, sempre.

As fotos podem ser enviadas até o dia 1º de maio.

Como diria uma canção de ninar da banda Belle & Sebastian: ”Faça algo bonito enquanto você pode. Não adormeça.” Não vamos adormecer. Vamos acordar. Acordar Adriele.

— Convido a todos os blogueiros de plantão a dar um Ctrl C + Ctrl V neste texto e saírem replicando essa iniciativa —


http://projetoeusougay.wordpress.com/

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Exilio destes quadris!

O sax barítono toca alto, aquela guitarra dita todo o comportamento desses corpos quentes, negros, brancos e pardos que misturam-se nesse gospel as avessas, nesse gosto pela perdição. "Acenda mais um baseado, dance comigo a última canção até que toda essa merda saia das tuas botas!". A maldição do samba, do jazz, do cabaré em fogo esperando esses corpos afundarem mais e mais na meia noite da perdição! O mesmo gato negro que cruzou teu caminho, cruzou o meu, cantarolou alguns sonetos movendo seus lábios com gozo e perversão. O blues, o bonde chegou, embriagou, e convocou novos solidários.

Não me chamo diabo, nem mesmo andarilho cigano. Moribundo talvez, de fato os olhos seguem os teus e os teus fixam sob os meus. Minha voz dissonante, meus quadris tortos como em qualquer sex appeal, de dentes tortos que lhe abduzem a triste quando alta noite se guia, os carburadores sonegam o fôlego para mais uma dose, mais um corte, e muito mais do que cigarros escritos em todo esse chão de estrelas! Terra, tambores e a guia nas mãos. Aqui eles são todos como nós, cheios de pecados, santos, e trôpegos. Pintados como monstros, cansados e embriagados.

No rebolar dos meus quadris remontam-se os destinos, as motocicletas e os dados em chamas. Qualquer dose de uísque seria nosso tratamento homeopático. Nunca se preocupe, honey, eu tenho 6, 7 e um 9, prontos para usar. No meu caminho, poucos se guiam, muitos se contestam e você continua lendo, relendo, e relembrando o gosto daquele último beijo. Limpando a bosta das botas, sorrindo com flores mortes, sem se preocupar de ser quem está aquele velho timbre.

Já disse que tens sapatos tristes, maníacos depressivos comendo aos teus pés. Cabras, bodes e todos as famílias nobres condescendente com tua procrastinação diária. Aqui ainda estamos com o mesmo timbre, anos 50, bom e velho ronco de motor, ligado em um café irlandês com um rigoroso inverno, Virginia, Alabama, Nashville são logo alí.

Eu sou aquele que sufoca você, enforca a si mesmo, doa pedaços de carne para conceber e atraí cada vez mais parceiros de crime. Eu sou aquele que tem todas as diretrizes opiniões e sangue nas mãos para dizer o que é o gosto pelo imperfeito. Aquele que assim como os riscos de fumaça no céu te chama para uma volta de ida pelas tortuosas espinhas nos teus sapatos.