segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Vulture


Brisa fina é uma glória para os que caminham no calor do centro da cidade, entre mulheres fáceis, desgostosos idosos comprando seus medicamentos indolores, e uma camada que se posta apenas a observar de apartamentos antigos e altos, firmes e rijos, tijolos por tijolos a vista será apenas mais um comprometimento de suas almas. Vulture, Albatroz, ou qualquer carniceiro que viva dentro de você. Viva e deixe viver, ou adote um ego ambulante e suje um pouco as mãos de graxa. Aqui e ali ambos ficaremos imóveis, completamente mutáveis em prol de certos centos de trocados, não é delicioso ouvir o som das ruas, como o ruir duvidoso da coleta seletiva de lixo? Sim, todos estariam em uma "variedade" especifica do mesmo, contudo vibremos e vislumbremos a história de nossas vidas, momentos antes de morrer, e chamaremos isso de glória, a isso daremos o carinhoso apelido de beijo luxuoso no lixo.

Bebo todo santo dia cerca de oitos copos de uísque, e não me importa se é caro ou barato, na maioria das vezes depois do primeiro copo nem sinto mais o gosto mesmo. Difícil, diria eu, seria encarar todos os dias com o mesmo sorriso no rosto, falso, daqueles que apenas se tem por costume, ou por boa aparência. Foda-se, não acredito mais nisso. Mas veja bem, já fui como você, e você já será como eu. Não há culpa na salvação, assim como não existe pecado nos trópicos. Quente como o inferno, divertido como o mesmo deve ser! Absurdo talvez, mas quem se importa. Enfim, irei eu contar algumas histórias, e no mesmo período outras acometeram tuas entranhas, como se levasse seu "broto" ao cinema com a intenção de lhe apalpar os seios e em absoluta magnificência divina conseguiria uma noite divertida. Mesmo que sua parceira seja cega surda e manca. Engraçado a ironia da vida.

Meu nome não se diz, tão pouco os anos que faço, minhas rugas dizem mais de mim que eu mesmo poderia enumerar, contudo veja bem querido, não sou durão, apenas faço o que tem que se fazer. Imagine passar uma vida fugindo de seu próprio rosto, e acredite ao final das controvérsias, mesmo que obscuramente você o faz. Trabalho, digamos que com frellas, ou seja, muito trampo com as mãos, pouca gratidão, e quase nenhum "louro" romano por seus feitos. Mas nem só de trabalho vive o homem, tenho minha garota, o difícil é nomeá-la, com seu um metro e sessenta e oito de puro tesão feminino, mas veja bem, não é fácil nomear o que a cada casa muda seus proclames. Além disso, não seria um problema se existisse mesmo um deus, ou se ele não atendesse pelo meu nome em certos momentos.

Meus pulmões já estão comprometidos comigo mesmo, disse eu ao doutor, quando o mesmo mandou-me à um auxilio psiquiátrico, na tentativa frustrada de me fazer parar de fumar. Inútil, mas quase todos o são. Como o cego desdentado que absurdamente toca sanfona no sinal, pedindo moedas e encobrindo seus dotes de grande comerciante de material ilegal, oficio esse que ao que consta aprendeu de 1973 a 1988 quando cumpriu pena por violência domestica, ou achavam mesmo que ele era um velho inofensivo? Como eu disse todos somos carniceiros, assim como o Frei que estuprou cinco crianças dizendo ser o espírito santo, e quando pego alegou ter distúrbios mentais, não antes de dizer que os pobres meninos estariam mentindo com seus rabos despedaçados. Como eu gosto de dizer, ele era apenas a pica do diabo divino dentro dele, ainda existem outros órgãos corrompidos.

Violento não? Não, a vida imita os quadrinhos do Miller, ou seriam eles que imitariam a sua vida? Serão alguns dias de memórias, alguns dias de danos mentais reparáveis com benzo-diazepínicos. Aguarde!